Painel Arquelógico - Pintura Rupestre em Brotas de Macaúbas-Ba
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A arte sem dúvida está para além do agrado. Não se deve perguntar se ela é comercial ou religiosa. Simplesmente ela é necessária. A tese de que a arte é sagrada esta fundada em uma mentira maliciosa, para tornar impossível a originalidade. 

A elite não abre mão para novos artistas, porque seria obrigada a ceder espaço ao jovem que deseja sempre ultrapassá-lo, enquanto o velho artista tornou se velho, não vê nada novo. - Mas ela não precisa ser submissa a sua paternidade.

A arte é sagrada, mas quem a sacralizou? A finalidade dessa falsa tese é ocultar a manipulação de uma elite que têm o poder de publicar uma obra dignamente. Essa mesma classe é tirânica, e como todo modelo tirano da história, vela a genuína produção de conhecimento, se fecha as novas perspectivas de descrição do belo. 

Os prestígios são óbvios, basta olhar a autoria dos projetos financiados pelo governo, mesmo depois de tornar a inscrição pública em editais. O problema está em que algumas pessoas parecem nascer iluminadas pelo mesmo Deus que sacralizou a arte, e a maior parte bastante impuras, não podendo de maneira nenhuma mostrar seu trabalho, com o respeito que se deveria ter a um artista.


Nessa conversa pra boi durmir, eu prefiro profanar as vacas sagradas, acreditar no novíssimo conceito de economia criativa e solidária, sem esse malicioso papo de arte santa. A arte não é sagrada nem profana. O artista não escreve para ninguém, nem mesmo para o seu Deus. Ela é simplesmente necessária, como também é necessária a reputação do artista.

Darlon Santos da Silva
Poeta

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