Painel Arquelógico - Pintura Rupestre em Brotas de Macaúbas-Ba Copyright © Bahia Arqueológica, 2006. |
A arte sem dúvida está para além do agrado. Não se deve perguntar se ela
é comercial ou religiosa. Simplesmente ela é necessária. A tese de que a arte é
sagrada esta fundada em uma mentira maliciosa, para tornar impossível a
originalidade.
A elite não abre mão para novos artistas, porque seria obrigada a ceder
espaço ao jovem que deseja sempre ultrapassá-lo, enquanto o velho artista
tornou se velho, não vê nada novo. - Mas ela não precisa ser submissa a sua
paternidade.
A arte é sagrada, mas quem a sacralizou? A finalidade dessa falsa tese é
ocultar a manipulação de uma elite que têm o poder de publicar uma obra
dignamente. Essa mesma classe é tirânica, e como todo modelo tirano da
história, vela a genuína produção de conhecimento, se fecha as novas
perspectivas de descrição do belo.
Os prestígios são óbvios, basta olhar a autoria dos projetos financiados
pelo governo, mesmo depois de tornar a inscrição pública em editais. O problema
está em que algumas pessoas parecem nascer iluminadas pelo mesmo Deus que
sacralizou a arte, e a maior parte bastante impuras, não podendo de maneira
nenhuma mostrar seu trabalho, com o respeito que se deveria ter a um artista.
Nessa conversa pra boi durmir,
eu prefiro profanar as vacas sagradas, acreditar no novíssimo conceito de
economia criativa e solidária, sem esse malicioso papo de arte santa. A arte
não é sagrada nem profana. O artista não escreve para ninguém, nem mesmo para o
seu Deus. Ela é simplesmente necessária, como também é necessária a reputação do
artista.
Darlon Santos da Silva
Poeta
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