O conceito de Educação pela Arte foi desenvolvido por Herbert Read em 1940-42, em
sua obra intitulada “Education throught
art”, sendo não mais que uma adaptação concreta e contemporânea dos
princípios já estabelecidos por Platão, que sempre foram encarados como
utópicos até o seguinte momento. Sobretudo após o terror vivenciado na Segunda
Guerra Mundial, Read acreditava que «Educar pela arte era educar para a Paz». Deste
modo, Read promoveu a ideia de que a Arte transcendia a própria política e o
nacionalismo, e através da conciliação dessas duas vertentes (Arte e Educação)
poderia ser um caminho para a formação de um ser mais justo. Este método surgiu
como uma forma alternativa da educação.
Read começou com alguns estudos dos
desenhos infantis, quando se deparou com um desenho que a própria criança
intitulará de “Cobra em redor do mundo e um barco”, e viu neste desenho a
confirmação de algumas teorias de Freud e da Teoria Imaginária Ancestral de
Jung. Read percebeu que através da arte as crianças revelavam características
específicas de si mesmo e também sua relação com os outros e com o meio que as
cercam. E que os desenhos eram sempre representados com uma linguagem
essencialmente imaginativa e conceitual, daí seu carácter artístico. Para Read,
«Toda criança é um artista de qualquer tipo cujas capacidades especiais,
mesmo que insignificantes, devem ser encorajadas como contributo
para a riqueza infinita da vida em comum».
E é deste modo que a arte é uma
experiência emocional, filosófica e intelectual, mas é igualmente didática.
Através dela, tomamos conhecimento acerca de nós, dos outros e do meio, e sua
própria construção é rica e dá prazer.
A análise, por exemplo, de um desenho
infantil, exige que deixemos de lado uma leitura apoiada em signos
pré-estabelecidos, e vá ao encontro da fruição como meio de conhecimento.
O conhecimento da realidade sempre
terá uma representação estética, e isto exige sensibilidade artística,
emocional e criativa.
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