Sobre a produção artística portuguesa contemporânea, um nome sempre me vem a cabeça desde que conheci seu trabalho em uma galeria. Pouco sei sobre a biografia da artista, mas a série Tela Habitada de Helena Almeida é algo que não se esgota em questionamentos conceituais e plásticos. Apoiada sobre a fotografia, a artista intervêm na obra colidindo o conceito de pintura, fotografia, tridimensionalidade, espaço criativo e até mesmo de ato performativo.

Assim que vejo essas fotografias, me vem como referência aquela imagem em que uma mão desenha uma outra, e isto vira um ciclo (que alguns alunos de Belas Artes, admirados, insistem em fazer cópias, por isso já não sei mais quem é o autor), mas Helena Almeida parece chegar em um ponto de representação da representação muito mais complexo do que a representação do ato criativo – algo já levantado por Velázquez em Las Meninas, só que agora bem mais transdisciplinar, seja pelo próprio material ou por aquilo que evoca.








Juca Lordelo,
Diretor EM.

Obs: Em uma pequena pesquisa, vi que algumas destas obras podem não fazer parte da série Tela Habitada. Isto porque a artista utiliza o mesmo conceito em séries posteriores como em “Desenho Habitado” (1975) e “Pintura Habitada” (1976). Para saber mais pode acessar este site.  http://www.artnet.com/artists/helena-almeida/